quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Não esperava dor, contudo, sonhos e graças de um novo amanhecer. Desconheceu as dúvidas e dividiu o desespero consigo mesmo. Talvez o tempo o ensine o desprezo do desespero e a beleza do instante vivido. Caminhou alguns passos e percebeu-se só. Contemplou o que pisava. Percebeu o futuro sob os pés. Conhecia cada dor e angústia da alma. Breve o tempo e longo o espaço da espera. A brevidade significava os restos. Sopro marcado de tempo sem instante. Desistiu de sonhar. Depositou-se na angústia de se esvair. Não encontrou o presente no passado: o passado de outrem era a dor do seu presente. Caminhou para o nada e sempre se deparou com esse passado carregado de futuro e de presente. Deixou de existir a si mesmo. Desfaz-se nas poucas lágrimas que ainda possuía o seu olhar. O passado era tão presente: enclausurou o coração. Morreu na esperança de renascer. Esperou o sol para secar a semente: ele nunca apareceu. No entanto, seu passado estava seco; o de outrem, latejava em suas veias. Não renasceu. Morreu na esperança de esperar.