quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Era noite. Desértico, o seu sonho insistia em sonhar. Não era necessário fechar os olhos. Tudo estava à sua frente. Estático, via cada minuto esvair-se como os segundos... Reconheceu nos sonhos realidade... não a que se buscava, contudo, seu oposto. Presenciou miséria num ato de saudade. Escondeu-se da própria sombra, e por esconderijo, sobraram-lhe as lágrimas. Talvez a sua miséria fosse ser quem sempre foi: ter amado mais aos outros que a si mesmo. Desfez-se de tudo o que havia em si: entregou-se demais... perdeu todos os seus segundos pelos outros... nada sobrou, apenas ele, desfeito, em pedaços...