quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

... e do que era fragmento, apenas sobrara restos. O sol escondia seus raios. Era tempo de partir. Nunca partiu antes do amanhecer. Esperava nascer o sol, quantas vezes necessário fosse. Perdeu alguns pensamentos na espuma de uma onda que lhe molhara os pés. Esqueceu que vivia durante o sono banhado pelas águas de um mar nem tão calmo ou feroz. Todavia, era momento de partir mesmo sob a lua. Não lembrara sequer o rosto que possuia. Apenas esperava à beira do abismo. Uniu-se à solidão em um momento de dor. Deitou pão e vinho sobre a areia alva. Corpo e sangue enfraqueciam diante do desespero de saber que se perderia de si mesmo em poucos instantes. Acreditou apenas que não mais existiria. Distante, próximo, onde fosse, havia recuperado a dor. Escrevia uma história: "Um homem vivera 25 anos perdido da sua imagem." Assim iniciava o grande caminho a ser percorrido...