sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Baixando o sol, iniciava o sonho de um dia partir dali. Não era tão distante o destino a ser tomado. Com alguns minutos, veria a terra esperada, ou desesperada. Alguns dias, muitos, foram-lhe necessários por distância. Talvez o sonho fosse a forma mais concreta de estar junto de quem buscava. Não era apenas um destino: turbilhão de acontecimentos que se forjavam sem parar diante dos seus olhos. O amor era apenas uma dúvida inquietante de outrem que nada falava ou agia. Deixava a inércia prevalecer como forma natural de uma realidade oculta de matéria inexistente. Pensou a partida por um destino, e posteriormente, anunciava-se outro. Os minutos corriam velozes e as horas desencontravam-se. Seu coração apenas desesperava-se de não mais possuir destino. Tudo era dúvida: o destino, o gostar, a dor, o amor, a permanência. Nada exato era. Nada exato fora. Sem destino, nada percorreu. A dúvida transformou-se no ato de nunca mais verem-se. Partiu para outro céu. Num outro lugar. Talvez jamais o vejam. Morreu para tentar renascer. Se conseguir, será vitorioso. Se não, morra-se, enfim, a vida deste outrem como um nada disperso em si mesmo.