domingo, 10 de janeiro de 2010

Avistou o resto de luz que ainda havia. A lamparina não dissolvera-se. Era hora de partir. O medo tomava conta de seu ser, contudo, havia pressa. Necessário seria verter as gotas de suor diante do mar calmo da solidão. Olhou os próprios olhos refletidos em uma pequena poça d'água. Percebeu a vida passar velozmente... algo ainda permanecia: dor. Era o passado de outrem que o incomodava. As dores alheias eram suas... não sabia se os tormentos o eram de tal forma, ou seriam prazer. As palavras nem sempre refletem a alma. Tudo ia passando. O que permanecia era dor. Sangrava-lhe a visão. Tentou arrancar do peito toda a dor ainda suportada. Morria aos poucos.