terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Apenas queria matar os restos que insistiam em viver. Dominar os sonhos. Correr da vida como abraçar a morte. Era cruel, contudo, dava-lhe satisfação. Entendeu cada pedaço de si como restos que lhe sobravam. Por sobra, eliminados poderiam ser sem problemas. Conseguiu um resto de solidão sobre uma banca na beira da estrada: tomou para si como posse única de tudo o que teria em diante. Pegou dois remos abandonados ao rio. Singrou até não mais aguentarem os braços. Não mais havia esperança. Sua alma cansou de esperar. Morreu tudo. Não plantou nada para que germinasse. Teve medo de colher o fruto amargo da vida mais uma vez...