sábado, 9 de maio de 2009

Nunca pensei o tempo como algo que me deixasse na confusão de um sonho. Sempre pensei a vida muito mais que as palavras... Talvez o tempo me ensine a refletir melhor nas certezas do mais profundo mar. Espero na esperança do céu e das estrelas que guiam minha alma na escuridão. Pressinto em teus olhos o resto de minha alma. Sei que minha vida na tua vai se tornando concreta, e o tempo só firma mais cada espaço. Compreendo a nossa distância. Sei de cada ponto onde nos encontramos em nossos perdidos olhares. Distante, miro-te como miro as águas do mar... imerso num mundo sem fim, valho-me apenas dos fragmentos de nossos sonhos. Consolo-me em teu consolo, e sinto meu coração pulsar cada vez menos veloz. Morro-me em tua morte e me vivo em tua vida. Sei bem cada pedaço de nossas partes e conheço nossas mãos. Desconheço os teus medos, contudo, conheço bem as tuas certezas. Converto-me em parte de teu presente, transfigurando-me em sentido de teu futuro, dispersando teu passado... Quero apenas vida. Se puder, dá-me consolo. Meu coração deságua as lágrimas que os olhos desconhecem. Quero você aqui. Penso que as águas de um mar revolto te tragam frente a meus olhos da forma que sempre fomos. Se hoje não te reconheço bem frente a mim, peço apenas a tua voz para minha felicidade. Peço apenas o resto da melodia que desata de teus versos e aponta a direção de minha voz, para que, assim, eu possa cantar mais uma vez. Se hoje minha voz cala, é porque teus olhos não mais me falam.