quinta-feira, 11 de março de 2010

Era tarde. Nublava o céu entre o infinito e o previsto. Reconhecia as regras próprias do coração e as cordas que as atavam a alma. Pegou dos remos e desistiu. Preferiu esperar a chuva passar. Sentiu saudades de si próprio e desfez-se no raiar de um novo dia. Caminhou à alva areia. Partia como não chegara. Perdeu os passos. Desfez a neblina e atirou fogo a alma. Perdeu-se de si. Matou o que ainda existia de vida. Aprofundou o ser. Escreveu na areia os motivos da dor. Apagadas as letras pelas ondas, reconstruiu tudo nele próprio, e sem expressão, matou o presente, perfazendo o passado real como sempre fora.