segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Hoje o dia se faz claro. A chuva de ontem ainda molha a terra e o meu rosto. Muito mais: lágrimas descem dos meus olhos como forma de reconhecer em mim aquilo não percebido em outrem. Observo miséria e angústia. Desfazem-se os laços atados às minhas mãos e tornam-se atados à minha alma. A distância próxima me aflige. Talvez o tempo me ensine que na vida as coisas não são sempre como devem ser. Desconheço meu tempo oportuno e desfaço meus sonhos como forma de agir livremente: continuo preso aos teus laços. Talvez, o que na verdade queiras, é tirar os laços de minhas mãos e ata-los ao meu pescoço. Entregastes-me tudo e agora me deixas no nada. Tudo é sentido como se fosse nada. Penso na minha angústia e reconheço apenas solidão. É doce sofrer o sentimento sentido. Num céu claro, são destruídas as verdades da escuridão da alma. Eu sigo com a crueldade do teu coração suplantando a coragem do meu. Espero apenas uma palavra. Apenas uma, de bondade ou maldade. Trair minha fé não é motivo de trair a minha alma. Nesse dia onde a dor me consome, adormeço em meus próprios braços. E percebo que nunca senti a chama do amor, só a crueldade da alma. Suspiros de dor. Reconheço em cada traço meu, algum pedaço deixado pela tua presença. Não mais me reconheço em mim. Apenas queria rever teus olhos para observar-me. E quando não mais vir-me em teus olhos, é quando saberei da negação da minha existência... já nego-me desde então...