terça-feira, 27 de abril de 2010

Lançara, com os primeiros raios, a rede ao mar. Alguns poucos pescados, por alimento, teria naquela manhã. De coração preso e nau liberta, vivia. Marcava os primeiros passos como os últimos, e as lembranças como as mais recentes, as primeiras. Jamais libertara-se do que se foi. Mesmo que a ironia do verbo aconteça, o semblante e o coração refletem mais. Nunca partira. Jamais o que ficou partirá. E tudo permanece como antes fora. O frio percorre o corpo em chamas. A manhã e a tarde se foram. Mais uma vez, solitariamente acompanhado, escutaria um nome que não o seu, por sonho, para jogar algum termo da realidade. E os sonhos percorrem os espaços mais recônditos da alma. Plenitude de solidão acompanhada por miragem.