domingo, 25 de abril de 2010

... e como estava sentado sobre uma pedra, ergueu-se lentamente, assim como baixara o sol na tarde. Suas ideias seguiam ao sabor do vento. Escurecia mais uma vez e reiniciava a caminhada. Observava pegadas já marcadas na alva areia do caminho: as seguia. Percebeu que o chão calcado não era seu, que os caminhos trilhados e a vida não eram seus: pertenciam a outrem que deixara todas as marcas. Era como um substituto impróprio para um tempo solitário. Batera as sandálias, limpara a alma. Contudo, os mesmos remos e os mesmos barcos estavam lá, parados, esperando nova alma para dar-lhes vida. As lembranças não morrem. Muito menos as de um passado-presente-próximo. E é esse passado, esse viver-outrem, que o fere mais.