segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

... quando pensava tudo terminado, ainda sobrava-lhe o que havia sido construído. Como forma de refazer-se aos poucos, foi acreditando que cada passo dado não fora apagado pelas ondas do mar. Barco com vela ao ar, recolhidas as armadilhas, desfez a nau. Soprava vento forte: suas mãos não souberam partir dali. Subitamente, seus olhos contemplavam a terra antiga, e o mar voltava calmo como outrora. Ele recolhia no peito as lágrimas e lançava ao rosto um breve sorriso. Nunca havia partido, contudo, retornava com a saudade que lhe era particular. No peito, tornava a bater um coração cansado de esperar. Tudo voltava ao normal. E ele esperava o mesmo olhar, no mesmo lugar. Jamais partira dali. Mesmo com a liberdade nas mãos, preferiu aquela atada às cordas e presa no olhar.