segunda-feira, 6 de julho de 2009

Passados alguns dias, descobri a complexidade do tempo. Forjaram-se em minha alma perguntas não ditas pelos olhos, contudo, conhecidas do coração. Desconhecendo meus anseios, descobri que a verdade vai além de olhar e ver no outro aquilo que sobra de nós. Seria melhor se compreendêssemos do outro aquilo que falta em nosso ser. Pretendi reconhecer na minha alma as angústias do dia passado. Vi o sol criar-se e desfazer-se como algo que não se contrai. Vi minha vida nascer e pôr-se com o sol. Penso sempre que tantas vezes é necessário que a semente morra para que germine. É matando a vida de hoje que renascemos. Com o sol aprendi essas necessidades. Aprendi a possibilidade do fim do medo e também da coragem. É sempre bom pensar a coragem como algo construído e talhado na alma. Fazer o coração reconhecer a coragem e destruir o medo é ver-se e recriar-se quantas vezes for necessário. Prefiro trazer as pessoas gravadas na alma; é muito melhor que traze-las apenas no coração. Imagino que o coração frágil, perece, e assim, as pessoas se vão junto à podridão de nossas angústias. Carregando na alma, não teremos o problema de perecer. A alma não morre. Onde estivermos, carregaremos aqueles que amamos sem o medo e a angústia de não os termos mais: assim como a alma, não morrerão. Tornar-se-ão um em nós. Assim, construímos vida: o que falta em mim e há em você, está em mim de alguma forma. Nós, juntos, somos um.